O PROJETO - Capítulo 2
As origens da Elite estão
envoltas em mistério. Alguns eruditos dizem que sua presença estava misturada a
todas as formas mitológicas possíveis, religiões e superstições primitivas,
sendo crença generalizada entre todas as religiões da antiguidade. Para Alves,
era óbvio que nem todos os conceitos acerca da Elite correspondem à realidade,
mas isso não significava que tais seres não existam.
Muitos eruditos
insistem que todas as culturas tinham crenças acerca de poderosos seres, antes
dos tempos bíblicos. Talvez se possa achar a sua origem na experiência humana,
à parte dos Livros Sagrados, pois, há evidências que autorizam a crer na sua
interferência, serviço e interesse, de natureza positiva e negativa. Para os
intérpretes rabínicos, são seres mediadores de mensagens divinas.
Alguns religiosos
supunham que não há diferença entre o espírito humano e estes seres, excetuando
no grau, pois seriam espíritos caídos em grande escala, e os homens, em menor
grau.
Arqueólogos e muitos
estudiosos, baseados em trechos sagrados encontrados, afirmam que eles são
numerosos e que observam os homens, prestando serviços em prol de nações,
comunidades e indivíduos. Uma antiga doutrina ensina que são guardiões e têm a semelhança
ou aparência daqueles a quem guardam.
Ainda outros
eruditos vão mais longe, nas suas especulações. Dizem eles que, em tempos
remotos, houve uma rebelião entre estes seres nos lugares elevados e que os
membros da Elite podem vir de vários níveis, o que explicaria as diferenças em
poder entre tais seres.
O que se pode
afirmar com segurança, é que o respeito aos seres era profundo, ao ponto de se
alguém vir um deles ser considerado como experiência tão grande quanto ver a
própria Divindade. Essa posição tão elevada fez com que alguns os adorassem e
após o século IV, o culto a eles tornou-se generalizado, sendo honrado
especialmente o seu líder, a Estrela do Dia.
Os membros da Elite
figuravam com destaque na arte e no culto dos religiosos medievais, na figura de
anjos esculpidos.
Muito mais tarde, outra
revolta, desta vez dos religiosos protestantes desencorajou a prática, e com a
chegada do Liberalismo, baseado na defesa intransigente da liberdade
individual, nos campos econômico, político, religioso e intelectual, contra
ingerências excessivas e atitudes coercitivas do poder estatal e religioso, finalmente
foram relegados ao domínio da fantasia religiosa e poética.
Alguns acham ser
lógico supor, que alguns homens têm o poder que demonstram por contarem com a
proximidade destes seres em suas vidas. Acreditando que deve haver uma
intercomunicação entre eles e os membros da Elite. É provável que uma parte, do
que hoje muitos chamam de espiritualidade, consiste apenas no desenvolvimento
humano, que o capacita a entrar em comunicação mais livre com este poder.
Para Alves, o mundo
físico é apenas o véu que encobre as realidades de outras dimensões, havendo
imensas fronteiras que ainda precisavam ser conquistadas. E a isso ele se
entregava naquele lugar que, para muitos, era mágico. Mas, não para ele. Até o
momento em vamos encontra-lo nas areias daquela praia, tudo o que já
experimentara em sua vida, principalmente depois que foi morar ali, o levava a
crer na existência de mundos paralelos, que eram povoados por muitos tipos e
gradações de seres. Alves não via razão para supor que só existe variedade no
nosso mundo físico imediato. Graças às suas experiências, ele podia supor na
existência de seres dotados de alta inteligência, que têm interesses e missões
e que alguns entram em vários tipos de contato com os homens nessa nossa
dimensão. Pode-se usar o termo “anjo” como uma espécie de chavão. Porém, Alves
percebia que havia uma vasta realidade por detrás dessa palavra simples, que
ultrapassa toda nossa imaginação.
Em algum tempo no
passado distante, totalmente além da capacidade de cálculo, houvera uma
rebelião entre eles com o objetivo de ocupar o lugar da Divindade. Assim, da
luta entre aqueles seres que até aquele momento, aparentemente só visavam o
bem, após sua derrota, um terço deles foi banido para a Terra. Isto implicou na
limitação dos poderes do líder da Elite - também chamado de “Estrela do Dia” -
nos lugares chamados celestiais, embora tenha continuado a reter algum acesso a
eles.
Desde então, sua
suposta bondade tornou-se uma imitação barata e caíram na Terra, produzindo
toda a confusão que lhes fosse possível. Se nada pudera contra a Divindade, a
Estrela dirigiria todos seus esforços e seu poder contra o ser humano, criado como
a obra perfeita da Divindade.
Ainda segundo alguns
textos considerados sagrados, finalmente chegará o tempo em que todos eles
serão expulsos da terra, para uma região sobre a qual nada sabemos dizer. Isso
removerá inteiramente sua influência da face do planeta; e condições de
ambiente boas e até mesmo perfeitas serão devolvidas aos homens.
Mas, até este dia
chegar, eles continuarão a manter contato com nosso mundo (tal como a camada de
“ar” físico tem contato com a “terra” física), influenciando os homens com sua
falsa bondade e verdadeiro poder que, se possível fosse, enganaria até os
escolhidos.
Alves se lembrou das
palavras do Velho quando, muito tempo antes, ele escrevia cartas aos dirigentes
do mundo:
- Seus pensamentos
são complexos; se queres ser entendido por eles, usa o palavreado científico.
- Como poderia fazer
isso? Queria fazê-lo? – Alves se perguntou.
EP. Gheramer
EP. Gheramer
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